Considerado uma das maiores regiões alagadas do mundo, o Pantanal é uma imensa planície cercada pela Serra da Bodoquena ao sul, pelo Planalto Brasileiro ao leste, pelas Chapadas Matogrossenses ao norte e pela Serra do Amolar e Maciço do Urucum, a oeste.

Por ali, a natureza foi generosa. A flora pantaneira é um mosaico de cinco tipos distintos de vegetação: Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Chaco (paraguaio,argentino e boliviano), dependendo da altitude e da época do ano. Com essa enorme diversidade de espécies vegetais, com os animais não poderia ser diferente.

A fauna da região é muito rica, uma das mais ricas do planeta. São 650 espécies de aves, mais de 1.100 espécies de borboletas, mais de 80 espécies de mamíferos, 263 espécies de peixes e uma infinidade de répteis como o jacaré (jacaré do pantanal e jacaré de coroa), cobra boca de sapo (sucuri, jiboia, cobras d’água e outras), lagartos (camaleão, calango verde) e quelônios (jabuti e cágado).

Responsável pelo principal fluxo de água na região, o Rio Paraguai atravessa o Pantanal de norte a sul, ligando-o à bacia do Rio Paraná. Conforme vai chegando à região sul, torna-se muito estreito e transborda, fazendo com que grandes quantidades de água vazem para o Pantanal Sul.

O relevo de baixa altitude é outro responsável pelas enchentes regulares. Com as chuvas torrenciais, a água, que devido ao relevo escoa lentamente pelos rios, se acumula, tomando conta do cenário pantaneiro.

Mas se você pensa que acaba por aí, está muito enganado. Os visitantes assistirão a todos esses espetáculos de camarote. Além das belezas naturais o Pantanal é mais um desses lugares onde os homens resolveram dar uma mãozinha à mãe natureza para deixar o que já é bom ainda melhor. Na região, podem ser encontradas pousadas e hotéis super exclusivos que não chamam a atenção tanto pela quantidade, mas sim pela qualidade.

Refúgio Caiman

Um dos hotéis mais famosos da região é o preferido das celebridades. Já estiveram por lá Harrison Ford e há quem diga que Brad Pitt, cuja passagem pela pousada nunca foi confirmada. Localizado na Parte Sul do Pantanal, no "Pantanal do Miranda", uma das 11 sub-regiões da planície, o Refúgio Ecológico Caiman é formado por três pousadas independentes entre si.

Todas elas oferecem contato com a fauna e a flora locais, com a cultura pantaneira e é claro, muito conforto. Exclusividade é quase uma regra por aqui. Quando o visitante faz a confirmação da reserva, ele ainda não sabe em qual das pousadas irá se hospedar. A decisão fica a critério da Caiman, que acomoda os hóspedes de acordo com a disponibilidade de quartos.

Pousada SEDE: antiga casa dos fundadores da Miranda Estância, mantêm as características originais da Sede de uma grande fazenda de criação de gado pantaneira. É a maior das pousadas, com 11 apartamentos standard.

Pousada Baiazinha: localizada a nove quilômetros da SEDE, seu formato é de uma ave de asas abertas e sua estrutura foi construída sobre palafitas. Situada às margens de uma baía de águas claras, proporciona aos hóspedes um ambiente mágico e acolhedor, em seus seis apartamentos standard.

Pousada Cordilheira: Localizada a 13 quilômetros da SEDE, foi construída com tijolos à vista e erguida sobre palafitas, integrando-se perfeitamente à natureza que a rodeia. Situada às margens de uma vazante cercada de mata nativa, possibilita a seus hóspedes ver distintamente as estações da seca e da cheia de seus oito apartamentos, seis standard e duas suítes.

Hotel Barra Mansa

Localizado às margens do Rio Negro, tem uma localização exclusiva. O rio, que corre entre dois grandes brejos, mantém o local preservado, quase inacessível, criando um clima de privacidade e sossego. Instalada na antiga casa sede da Fazenda Barra Mansa, tem uma incrível vista para o rio.

O Barra Mansa tem como característica marcante a recepção calorosa e o ambiente familiar, que fazem com que o hóspede se sinta em casa. No restaurante do hotel a comida é caseira e baseada na culinária regional. Os pratos variados e saborosos são preparados no fogão à lenha.

Quando o assunto é exclusividade, a pousada não é exceção. Com sua pequena capacidade de acomodação acolhe, no máximo, 16 hóspedes. Para os passeios, de barco ou a pé, o atendimento é personalizado. A Barra Mansa sempre disponibilizando um guia (bilíngue) para cada grupo, que o acompanhará durante a estadia em todos os passeios.

www.hotelbarramansa.com.br

Gastronomia

Impossível visitar o Pantanal e não conhecer a rica culinária pantaneira. Os peixes são variados e constituem os pratos principais, como os pintados, dourados e pacus, abundantes na região. Há também os restaurantes que servem a piraputanga, um peixe sem espinhas que, assado na brasa, fica uma delícia.

Outra opção curiosa e interessante é o caldo de piranha, que dizem ser afrodisíaco, mas para quem não conhece parece mesmo canja de galinha. Tem também os pratos com carne de jacaré, muito apreciada na região e, para quem não abre mão de uma boa carne bovina, a dica é experimentar o tradicional churrasco pantaneiro.

Como um coração..

Após a época da cheia, que vai de dezembro a março, a água acumulada nos campos começa lentamente a secar, dando início a um período de seca. Esse é o momento preferido pelos turistas para conhecer a região.

As lagoas, agora esparsas, concentram uma enorme quantidade de peixes. A vegetação vai se tornando mais escassa e amarelada e os animais vão se agrupando no entorno das águas em busca de alimento, tornando-se mais visíveis.

Nas palavras de Guilherme Rondon de Barros, dono da Fazenda Barra Mansa e primo do poeta Manoel de Barros, “o Pantanal é como um coração: ou está enchendo ou está esvaziando. Se parar, morre”.

O que levar..

•    Repelente de insetos.
•    Protetor ou bloqueador solar.
•    Roupas casuais, confortáveis, e resistentes.
•    As cores das roupas mais apropriadas são tons claros, bege, marrom e verde, que não se destacam muito na paisagem, não assustando os animais.
•    Capa de chuva - é mais necessária na estação das Águas, mas sempre recomendável.
•    Um casaco contra vento - mas os meses de junho a agosto requerem casacos mais pesados .
•    Calçados confortáveis, tipo botas de caminhada ou tênis, pelo menos dois pares.
•    Medicamentos de uso habitual - lembre-se que você está indo para uma região remota, em que determinados medicamentos podem não ser encontrados.
•    Câmera fotográfica.
•    Óculos escuros com filtro UV.
•    Chapéu ou Boné.
•    Binóculos - extremamente úteis durante os passeios.
•    Lanterna, para caminhadas noturnas.

Texto: Clara Caldeira