La Mamounia
Política, moda e cinema na trajetória de um dos hotéis mais belos do mundo

Situado na cidade de Marrakech, na região centro-sul do Marrocos, o La Mamounia recebeu uma série de políticos e celebridades desde que abriu nos anos 1920. Em 1943, Winston Churchill convidou Franklin D. Roosevelt a se juntar a ele no hotel em uma de suas muitas visitas. Na ocasião, ele o descreveu ao amigo como “o lugar mais encantador da terra”.

Em 1956 o La Mamounia foi cenário para o filme The man who knew too much (O homem que sabia demais), de Alfred Hitchcock e, em 1960, foi a vez de o hotel entrar para o mundo fashion, quando Yves Saint-Laurent o escolheu para realizar alguns de seus coquetéis. Mas, como se não bastasse, o La Mamounia foi ainda playground de bandas consagradas como os Rolling Stones, além de uma interminável lista de hóspedes fiéis do universo do cinema, da política e da realeza.

Mas nos anos 1980 uma reforma desastrosa deixou o hotel parecendo um bolo de casamento cor-de-rosa. As celebridades que até então o frequentavam de maneira assídua começaram a procurar outros endereços para seu descanso, e o La Mamounia caiu no esquecimento.

Mas a história não acaba por aí, muito pelo contrário, é aí que ela começa realmente. O arquiteto e designer francês Jaques Garcia, o homem por trás do Hotel Costes em Paris, foi chamado para chefiar uma nova reforma. Foram três anos e cerca de 100 milhões de euros investidos no projeto de renovação para finalmente, em outubro de 2009, o hotel reinaugurar como merecia. Ainda lembrava o mesmo Mamounia do filme de Hichcock e que tanto encantou Winston Churchill, mas estava ainda melhor.

Garcia foi bem-sucedido em sua empreitada. Eliminou os elementos de design contemporâneo, desastrosamente introduzidos na reforma dos anos 1980, sem destruir as características Art Decô e do período imperial. O projeto original, dos arquitetos franceses Henri Prost e Antoine Marchisio, foi preservado e recebeu melhorias pelas mãos de Jaques Garcia.

A altura do prédio foi uma das mudanças efetuadas. Originalmente eram 50 quartos. Em 1956 esse número aumentou para 100 e, com a reforma de 1980, cresceu para 230. Mas a sensação era de que estava tudo muito apertado. Foi então que Garcia resolveu o problema removendo os excessos e ampliando ainda mais o hotel. Hoje o La Mamounia conta com 210 quartos, que estão entre os mais espaçosos da cidade.

A renovação também incluiu a abertura de três novos restaurantes, um francês, um italiano e um marroquino. O Pool Pavilion ficou à disposição para almoços casuais no estilo buffet. Os cinco novos bares incluem o glamuroso Marjorelle Room, ótimo para um drink antes do jantar, e o Churchill Bar, com uma atmosfera mais sensual, jazz ao vivo, uísque e charutos. Perfeito para uma saideira.

Mas, se o novo spa de 2.500 metros quadrados com suas piscinas azul índigo reflete a moderna Marrakech, os jardins remetem aos tempos do Sultão Sidi Mohammed ben Abdallah (1757-1790). Caminhar ao longo das alamedas rodeadas por oliveiras com mais de 300 anos, ao som das águas das fontes e do canto dos passarinhos, ainda é um dos grandes prazeres para quem se hospeda no La Mamounia. Um suspiro do passado que traz consigo ventos do futuro.

www.mamounia.com

Assista no nosso canal de vídeos a um trecho do filme de Hitchcock com imagens do hotel La Mamounia na década de 1950, antes da grande reforma.

Texto: Clara Caldeira

cla_caldeira@hotmail.com






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